sexta-feira, 30 de março de 2012

À CONVERSA COM GONÇALO RODRIGUES

«PROMETO VINGAR-ME DO QUE A LESÃO ME FEZ»

Gonçalo Rodrigues, jogador dos juvenis do Desportivo da Póvoa, que já não treina nem joga há mais de 4 meses por lesão, foi o entrevistado desta semana do "À Conversa com".

Tal como já é habitual, Gonçalo falou-nos da sua origem no hóquei em patins e do melhor momento já vivido na modalidade.

A incómoda lesão que o tem vindo a condicionar completamente também foi assunto de conversa nesta entrevista, bem como as suas pretensões para o futuro.


ENTREVISTA NA ÍNTEGRA:

Olá Gonçalo e em primeiro lugar obrigado por teres aceite o nosso convite e também por disponibilizares o teu tempo para esta entrevista.
Tal como já é habitual nestas entrevistas começamos pela tua origem no Hóquei em Patins. Como e quando se dá?

Desde já, parabéns pelo trabalho que tens feito neste blog, importante para a divulgação do hóquei que, infelizmente, tem vindo a cair no esquecimento.
Entrei para o hóquei quando tinha apenas três anos. Ninguém da minha família jogava nem tinha pela modalidade nenhuma afeição especial. Um dia, a minha mãe passou pelo Desportivo e estava a haver um treino daqueles que fazíamos no início, como o Padrão dizia numa entrevista, “com mais de quarenta miúdos a patinar”. Ela achou piada e convenceu-me a experimentar. Andei por lá até ai fim dessa época e depois parei. Mas aos cinco voltei e desde essa altura aqui ando. Já lá vão doze anos!


Durante o teu percurso como hoquista, qual foi o melhor momento que já viveste?

Infelizmente, não posso dizer que fui sempre feliz no hóquei. Apesar de sempre querer estar no Desportivo e ser aqui que me sinto em casa, nem sempre fui acolhido da melhor maneira. Alguns treinadores, nos anos em que era o mais novo da equipa, simplesmente não me davam nenhuma oportunidade para jogar. Isso é muito frustrante e desmotivante.
Mas, como é óbvio, também tive bons momentos. Afinal o hóquei é o desporto da minha vida e grande parte dela foi passada entre treinos e jogos! Parte do que sou, devo-o ao hóquei e aos grandes amigos que lá fiz e faço.
Talvez como ponto alto, a nível pessoal, tenha de referir a época passada. Apesar de, a princípio, ninguém acreditar na equipa, conseguimos mostrar valor. O treinador, o Ricardo, incentivava-nos muito e acabámos por fazer uma época interessante. Eu próprio quebrei todos os meus limites e fiz coisas que não imaginava conseguir. Orgulho-me de ter sido capitão dessa equipa!


Há vários meses que não treinas nem jogas devido a lesão. O que é mais difícil suportar enquanto estás lesionado? Para quando podemos esperar um regresso?

Isso é verdade, já lá vão quatro meses…
Fiz um bom início de temporada, mas foi curto. Desde essa altura tem sido muito complicado “lutar” contra a lesão. Quer a nível físico, quer a nível psicológico. O hóquei, nisso, é pior do que dizem ser o tabaco: depois de lhe apanhar o vício, não há maneira de te separares dele! Mais que até quaisquer dores que a lesão dê (afinal ninguém morre com elas), o mais difícil tem sido resistir à vontade de jogar.
No que toca a previsões para voltar, é muito complicado! Está para breve, mas esse “breve” é muito imprevisível. Espero que no próximo mês esteja já a treinar, mas depois deste tempo todo, não quero deitar tudo a perder por uma precipitação.


Quais são as expectativas para quando regressares? Talvez não estejas ao teu melhor nível, estando um pouco condicionado fisicamente.

Todo o “romance” que me tem sido proporcionado pela lesão, as “voltas” que já deu, apagou-me muitos dos objectivos que tinha delineado para esta época, quanto mais não seja o próprio “jogar”. Já passou muito tempo e depois dos quatro ou cinco jogos que fiz, falta pouco mais que isso para acabar a época. Recuperar a forma será muito complicado. Não conseguirei, provavelmente, estar ao nível dos primeiros jogos, mas quero voltar e dar o meu melhor. Prometo vingar-me do que a lesão me fez!


Por último e em relação ao teu futuro: o que pretendes fazer a nível profissional e desportivo?

Apesar de ainda não ter certezas, gostava de seguir medicina. Não penso fazer do hóquei carreira. De qualquer maneira quero ir o mais longe possível no hóquei, continuar o máximo tempo que puder. Afinal, é o que mais gosto de fazer!