sexta-feira, 19 de agosto de 2011

À CONVERSA COM TIAGO PAIVA


Tiago Paiva foi o 2º entrevistado do CDPhoquei.com da secção "À conversa com...". Com 25 anos (dos quais 21 no Hóquei em Patins) e muita experiência na modalidade (CD Póvoa, OC Barcelos, Selecção do Minho, Selecção Nacional e Hockey Primavera Prato [Itália]), Tiago abandona os pavilhões por motivos profissionais, "decidi dedicar-me só ao meu curso e ir viver para junto da Universidade".

Tiago contou-nos que viveu grandes momentos no CD Póvoa, por exemplo a conquista do campeonato da III Divisão. Foi o ex-camisola 8 que marcou o golo que deu origem à fantástica reviravolta do Póvoa, "é uma emoção tão grande poder fazer um golo tão importante quando está em causa um título nacional".

Existem muitas diferenças entre o Hóquei português e o italiano, desde a técnica à táctica, passando também pelo ambiente nos pavilhões e o Tiago falou-nos de tudo isso.

Falou-nos da sua experiência como colaborador do CDPhoquei.com e do "enorme orgulho" em ser eleito o melhor jogador sénior 2010/2011 (de acordo a votação neste blog).

Por último diz-nos que não pensa voltar a jogar, mas o regresso ao "hóquei como treinador num futuro próximo" é uma possibilidade.




Aqui ficam as declarações dadas pelo Tiago em exclusivo ao CDPhoquei.com:


Como todos sabemos vais abandonar o Hóquei em Patins e digo-te que, pessoalmente, considero uma grande perda para o Hóquei Poveiro. Tenho a certeza que passaste grandes momentos cá, por exemplo, a conquista do campeonato nacional da III divisão em 2009/2010. O que é que um jogador sente num momento desses, visto que até foste tu quem inaugurou o marcador para o lado no Póvoa nesse dia histórico?

Antes de mais Miguel, queria agradecer o facto de poder ser entrevistado para o Blog do CDP. Obrigado também pelo elogio. É com extrema felicidade que o faço...
Para além da conquista do campeonato nacional da III divisão, do excelente espírito de equipa e de camaradagem, foi também significativo para mim representar o CDP no campeonato nacional de infantis B.
Em relação à pergunta que me colocaste no final, posso-te dizer que é uma emoção muito grande poder fazer um golo tão importante quando está em causa um título nacional. Mas essa mesma emoção facilmente se racionaliza quando tens que estar concentrado para o resto da partida. Tudo passa e só se espera que a equipa consiga alcançar o objectivo, jogando e trabalhando para esse objectivo.


Para além de campeão da III, tiveste o privilégio de jogar fora do país. Jogaste também em Itália. Fala-nos do que mais te marcou e também das diferenças entre o hóquei português e italiano.


Sim, é verdade. Deixa-me adicionar também que nas camadas jovens, dos 15 aos 18 anos, joguei no Óquei Clube de Barcelos. Fui em Juvenis campeão nacional, fui campeão com a Selecção do Minho e participei nos treinos da Selecção Nacional. Aos meus 19 anos fui então para Itália, onde joguei pelo Hockey Primavera Prato. Foi uma experiência muito engraçada e interessante visto que o hóquei em Itália é muito diferente. Essas diferenças são a nível físico e táctico. Há também jogadores muito bem dotados tecnicamente mas o forte é mesmo o físico e o táctico. Para perceberes, jogava com jogadores como o Crudelli, Bernardini (jogava sem luvas), os irmãos Mariotti, os Bertollucci e mesmo portugueses como Luís Viana, Sérgio Silva e Ricardo Pereira. São todos jogadores com uma vasta experiência no hóquei tanto a nível nacional como internacional. Outra coisa diferente, era a dureza dos jogadores. E com o apoio dos adeptos que são muito ferverosos, tornava-se complicada a coisa de vez em quando. Este contacto com jogadores de posturas e formas de estar diferente foi de facto o que mais me marcou e contribuiu para a minha evolução como jogador mas também como pessoa.


Aqui no desportivo foste treinador (na altura, dos iniciados) e jogador sénior simultaneamente. Gostaste dessa experiência? Quais foram as principais dificuldades?

Foi um experiência muito positiva. Retiro muitas coisas boas desse período. Consegui levar a equipa a ficar a 1 ponto de ser campeã Regional do Porto. As principais dificuldades foram a pouca experiência como treinador, visto ser a primeira vez e a dificuldade em controlar alguns aspectos baseados com nível técnico e táctico dos jogadores. Mas penso que as minhas ideias foram sendo transmitidas e passei alguns dos meus conhecimentos para estes pequenos, grandes jogadores. E isso viu-se ficando a apenas 1 ponto de nos sagramos campeões, como mencionei anteriormente.

Tenho de te agradecer pela ajuda que deste aqui no blog nos seus, aproximadamente, 2 anos iniciais. O que gostaste e não gostaste enquanto colaborador do CDPhoquei.com?


Gostei muito de poder ter contribuído para o Blog do CDP. Acho que é um espaço onde podemos comentar e dar a conhecer ao mundo do hóquei e ao resto, as principais notícias relacionadas com todos os escalões do CDP. Tu acabavas por completar, fazendo também alusões ao que se passava no resto do Mundo do Hóquei Patinado. Gostei do facto de toda a gente poder ler e comentar as notícias. É sempre bom saber que há gente que lê e que comenta positiva ou negativamente alguns dos aspectos mesmo relacionados com problemas do blog e da simples notícia.
O que menos gostei, foi o facto de haver pessoas que utilizavam o Blog para comentar ou criticar certas noticias por se sentirem injustiçadas ou até mesmo pessoas que utilizavam o Blog para atacar as pessoas.
Faço das palavras do Zé Pedro as minhas, quando ele diz que todos devem comentar e dar o feedback sendo ele positivo ou negativo, com o objectivo de melhorar este espaço ou até mesmo algumas das atitudes.


Foste eleito o Melhor Jogador Sénior do CDP em 2010/2011 segundo a votação presente no nosso blog. É difícil deixar o hóquei com tantos a admirar o teu bom trabalho?


Bom, realmente é com enorme orgulho que recebo essa notícia de ter sido eleito o melhor jogador sénior do CDP na época transacta. É sinal que o nosso trabalho é reconhecido pelas pessoas e que no fundo, um bocado de mim ficou marcado nesta última época do CDP. É dificil deixar uma modalidade que venho praticando há 21 anos, em que se luta para alcançar certos objectivos e depois de ter passado por tantas alegrias e felizmente, só algumas tristezas, a vida é mesmo assim e por motivos profissionais, decidi dedicar-me só ao meu curso e ir viver para junto da universidade.


Para terminar, o teu abandono do hóquei é definitivo ou podemos esperar um regresso aos pavilhões brevemente?

Neste momento, não penso voltar mais a jogar. Penso sim, em voltar ao hóquei mas como treinador num futuro próximo. Neste momento, jogar está fora de questão. Recebi alguns convites, alguns até com projectos aliciantes, mas optei por não o fazer.
Não queria acabar esta entrevista, sem deixar os meus votos de que tudo corra bem para o CDP, que faça uma época cheia de sucessos e que os novos jogadores se adaptem bem e que consigam fazer parte de um grupo tão grande que se vive no balneário. É um dos pontos fortes da equipa e espero que esse espírito se mantenha. E dar-te os parabéns Miguel por este espaço e que continues a colocar notícias, assim posso ir acompanhando o que vai sucedendo mesmo estando longe.
E agradecer mais uma vez pela oportunidade de ser entrevistado.

Obrigado eu Tiago pelo tempo que disponibilizaste e desejo-te o maior sucesso na tua vida. Muitas felicidades e espero ver-te cá brevemente!

Um comentário:

  1. Este jogador agora vai ser um exclusivo da equipa da Universidade do Minho! LOL

    ResponderExcluir